Questionamento Socrático
O Questionamento Socrático é uma técnica utilizada na psicoterápica cognitivista que deriva do método de questionamento desenvolvida pelo filósofo grego Sócrates.
Em um contexto psicoterapêutico cognitivo, esse método envolve a formulação de perguntas com o objetivo específico de detectar falhas no raciocínio do paciente.
Essas perguntas não têm a intenção de confrontar ou desacreditar o paciente, em vez disso, elas são projetadas para provocar pensamento crítico, autoconsciência e autoavaliação.
Ao fazer perguntas indutivas, o terapeuta pode estimular a curiosidade e o envolvimento do paciente no processo de aprendizagem, levando a uma compreensão mais profunda e fundamental de suas crenças e comportamentos.
Identificação de Padrões Disfuncionais
Além de desafiar crenças disfuncionais, o Questionamento Socrático também pode ser usado para identificar padrões disfuncionais de pensamento e comportamento.
Padrões disfuncionais são formas habituais de pensar ou se comportar que são prejudiciais ou ineficazes.
Por exemplo, um paciente pode ter o padrão disfuncional de sempre assumir o pior cenário possível.
Usando o Questionamento Socrático, o terapeuta pode fazer perguntas como, "Você sempre espera o pior resultado?", "Pode haver outras possíveis consequências que você não considerou?" e "Como seu pensamento afeta sua reação a situações estressantes?".
Essas perguntas podem ajudar o paciente a identificar e começar a mudar esse padrão disfuncional.
Exemplo de Uso do Questionamento Socrático
Para entender melhor como o Questionamento Socrático funciona na prática, consideremos o seguinte exemplo:
Imagine um paciente que expressa frequentemente a crença de que "ninguém gosta de mim". Essa é uma crença disfuncional que, sem dúvida, está afetando negativamente a sua autoestima e a qualidade de vida.
Usando o Questionamento Socrático, um terapeuta poderia começar a questionar essa crença, fazendo perguntas como, "O que te faz pensar que ninguém gosta de você?", "Existem pessoas que demonstraram gostar de você no passado?" ou "O que aconteceria se alguém gostasse de você?".
O objetivo dessas perguntas não é confrontar ou criticar, mas sim ajudar o paciente a explorar e questionar suas próprias crenças.
À medida que o paciente responde a essas perguntas, ele é incentivado a refletir sobre suas crenças e comportamentos.
Ele pode começar a perceber que existem evidências que contradizem sua crença original de que "ninguém gosta de mim".
Por exemplo, ele pode lembrar de amigos que demonstraram afeto ou de colegas que expressaram apreço por seu trabalho.
Essas novas percepções podem desafiar e começar a transformar a crença disfuncional original.